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Colunistas,Destaques,Notícias,Victor Hugo Ribeiro

Ambidestria organizacional nos conselhos de classe da saúde: equilibrando tradição e inovação.

  • novembro 21, 2024
Por Victor Hugo Ribeiro
 
Ambidestria organizacional nos conselhos de classe da saúde: equilibrando tradição e inovação.

Os conselhos de classe da saúde desempenham um papel vital na regulação e fiscalização do exercício profissional, garantindo qualidade e segurança para a sociedade. Contudo, em um mundo em rápida transformação, essas instituições enfrentam um desafio significativo: como continuar cumprindo sua função de fiscalizar o exercício legal das profissões enquanto se reinventam para gerar mais valor para seus profissionais registrados?

Esse equilíbrio entre tradição e inovação é o que chamamos de ambidestria organizacional. Trata-se da capacidade de uma organização de executar eficientemente suas operações essenciais (core) enquanto explora novas áreas de atuação por meio da inovação. No caso dos conselhos de classe da saúde, isso significa continuar assegurando o cumprimento ético e técnico das profissões, mas também expandir sua atuação para fortalecer a relevância perante seus profissionais inscritos.

POR QUE OS CONSELHOS DE CLASSE PRECISAM SE REINVENTAR?

 

  • Novas demandas dos profissionais da saúde.

Os profissionais de hoje querem mais do que regulamentação. Eles esperam que seus conselhos promovam capacitação, representatividade, apoio em temas como tecnologia, empreendedorismo e bem-estar no trabalho. Atualmente a maioria dos profissionais não percebe valor na contribuição que é paga anualmente, o que gera distanciamento e insatisfação.

  • Transformações no mercado da saúde.

Avanços tecnológicos, mudanças nas relações de trabalho e o crescimento de práticas interdisciplinares estão redefinindo o setor. Os conselhos que não acompanharem essas mudanças correm o risco de se tornarem obsoletos.

  • Conexão com o ecossistema de inovação em saúde.

O setor de saúde tem sido um dos mais impactados pela inovação, com o surgimento de startups (as chamadas healthtechs), iniciativas acadêmicas e políticas públicas voltadas à transformação digital. Os conselhos que se conectam a esse ecossistema ampliam sua capacidade de promover soluções inovadoras, adaptando-se mais rapidamente às novas demandas. Essa conexão permite maior integração com tendências emergentes e a possibilidade de oferecer acesso a ferramentas e conhecimentos de ponta aos profissionais.

  • Exigências da sociedade civil por transparência e modernidade.

Os conselhos precisam demonstrar eficiência, ética e inovação para legitimar sua relevância frente à sociedade e aos próprios profissionais inscritos.

OS DESAFIOS DA MUDANÇA.

A transição para um modelo ambidestro não é simples e enfrenta obstáculos comuns em instituições tradicionais:

  • Cultura organizacional resistente.

Os conselhos frequentemente possuem estruturas hierárquicas consolidadas e uma cultura voltada à manutenção de normas, o que pode dificultar a aceitação de novas ideias e práticas.

  • Zona de conforto.

O medo do desconhecido, a busca por estabilidade e a preocupação em evitar erros podem gerar aversão ao risco, limitando a capacidade de inovação.

  • Liderança com foco exclusivo no presente.

Sem uma visão estratégica que integre exploração e inovação, os conselhos podem ficar presos a uma gestão reativa, sem espaço para buscar novos caminhos que gerem mais valor para os profissionais.

COMO OS CONSELHOS DE CLASSE PODEM ADOTAR A AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL.

 

  • Revisitar a visão estratégica.

Os conselhos precisam repensar seu propósito, incorporando uma proposta de valor mais robusta e que seja perceptível pelos profissionais inscritos, enquanto continuam garantindo o exercício legal da profissão. Isso inclui mapear as expectativas dos profissionais e da sociedade para definir ações e novas áreas de atuação.

  • Promover uma cultura de inovação.

Capacitar lideranças e equipes para lidar com as mudanças, fomentar a colaboração e permitir que novas ideias sejam testadas sem medo de falhas são passos fundamentais para transformar a cultura interna das organizações.

  • Conectar-se ao ecossistema de inovação em saúde

Estabelecer parcerias com startups, universidades e centros de pesquisa pode abrir portas para soluções inovadoras que ajudem tanto na fiscalização quanto no suporte aos profissionais. Participar de eventos do setor, fomentar programas de inovação aberta e apoiar iniciativas voltadas à saúde digital são ações estratégicas para se manter relevante.

  • Investir em tecnologia e comunicação.

A digitalização pode otimizar os processos, melhorar a comunicação com os profissionais e abrir espaço para serviços inovadores, como cursos, mentorias e plataformas de integração.

  • Criar mecanismos de escuta ativa.

Manter um canal constante de diálogo com os profissionais da saúde para identificar necessidades e cocriar soluções que agreguem valor.

A TRANSFORMAÇÃO É URGENTE E POSSÍVEL.

Os conselhos de classe da saúde têm a oportunidade de se posicionar como agentes transformadores, indo além da fiscalização para se tornarem parceiros estratégicos dos profissionais que representam. O caminho exige coragem, visão de longo prazo e a capacidade de equilibrar a execução eficiente do presente com a construção do futuro.

A ambidestria organizacional é uma necessidade para garantir que os conselhos permaneçam relevantes e alinhados às transformações do setor. Ao se conectar com o ecossistema de inovação, essas instituições podem aproveitar o melhor das novas tecnologias e metodologias para impulsionar tanto a profissão quanto o setor de saúde como um todo.

E você, como enxerga o futuro dos conselhos de classe da saúde? Quais inovações poderiam agregar valor ao seu exercício profissional? Vamos debater!

 

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