implantes dentários x penicilina

As pessoas que são alérgicas à penicilina e recebem antibióticos alternativos têm o dobro da probabilidade de falhar com os implantes dentários em comparação com os prescritos para amoxicilina, investigadores da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Nova Iorque descobriram recentemente.

O estudo, publicado na revista Clinical Implant Dentistry and Related Research, é o primeiro a examinar os efeitos da prescrição de antibióticos que não amoxicilina sobre os implantes dentários.

Os implantes dentários são uma solução segura e a longo prazo para substituir dentes em falta ou danificados. Os implantes de parafuso são cirurgicamente implantados no maxilar e atuam como raízes dentárias, mantendo os dentes artificiais no seu lugar. O osso funde-se então com o implante e integra-se no maxilar no espaço de poucos meses.

Os implantes são muito bem-sucedidos, mas uma pequena percentagem de implantes falham porque o maxilar não se integra corretamente com o implante. Isto pode acontecer por uma série de razões, incluindo infecção, tabagismo e danos no dente. Para reduzir a hipótese de infecção, muitos dentistas prescrevem amoxicilina (um antibiótico de penicilina) antes e depois da cirurgia de implantes. Um antibiótico alternativo pode ser prescrito se for alérgico à penicilina.

Estudos anteriores mostraram que os doentes alérgicos à penicilina são mais propensos a ter falhas nos implantes, mas não investigaram qual o antibiótico que foi utilizado. Para compreender os efeitos da toma de diferentes antibióticos, investigadores da New York University School of Dentistry examinaram os registos médicos dos pacientes que tinham implantes dentários. Examinaram e registaram quais os antibióticos prescritos e se os implantes dentários foram bem-sucedidos.

Foram incluídos 838 doentes, 434 com alergia à penicilina e 404 sem alergia. Os doentes sem alergia à penicilina receberam amoxicilina, enquanto os alérgicos receberam antibióticos alternativos: clindamicina, azitromicina, ciprofloxacina e metronidazol.

Os investigadores descobriram que 17,1% dos pacientes que relataram uma alergia à penicilina falharam o implante, em comparação com 8,4% dos pacientes sem uma alergia. Os doentes que tomavam antibióticos que não amoxicilina tiveram uma taxa de sucesso muito baixa, com 19,9% dos doentes a tomar clindamicina e 30,8% a tomar azitromicina.

Além disso, os pacientes com alergia à penicilina tinham mais probabilidades de experimentar falha prematura do implante (<6 meses) do que pacientes não alérgicos (>12 meses).

As razões para a falha de implantes dentários em pacientes com alergia à penicilina são desconhecidas, escrevem os investigadores. Pode dever-se a vários factores, incluindo uma reação aos materiais utilizados nos implantes ou a ineficácia dos antibióticos alternativos.

No entanto, estudos demonstram que as alergias à penicilina são sobre-reportadas. 90% das pessoas que dizem ser alérgicas à penicilina foram testadas e verificou-se que não são realmente alérgicas à penicilina. Por conseguinte, os peritos recomendam que os doentes que se queixam de alergia à penicilina sejam testados para confirmar se são realmente alérgicos.

“Se conseguirmos descobrir o estado real da alergia de um paciente antes da cirurgia oral, teremos mais hipóteses de prescrever amoxicilina a pacientes sem alergias verdadeiras”, diz a Dra. Zahra Bagheri, professora associada clínica na Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova Iorque, na Escola de Periodontologia e Implantologia de Ashman e autora principal do estudo. Zahra Bagheri, DDS, autora principal do estudo, afirmou.

A Dra. Lina Palomo, presidente do Departamento de Periodontologia e Implantologia de Ashman da NYU School of Dentistry, acrescentou: “Ao nível da investigação, há cada vez mais provas de uma ligação entre a doença oral e a doença sistêmica, mas ao nível do consumidor, precisamos de saber como as condições orais, tais como o sucesso dos implantes, estão relacionadas com doenças sistêmicas, tais como as alergias. Precisamos de saber como os dois estão ligados”. Este estudo sublinha a importância de os pacientes fornecerem informações precisas e atualizadas sobre a sua condição sistêmica à equipa dentária.

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