implantes zigomáticos
Por Amanda de Souza
Os implantes zigomáticos representam uma das soluções mais inovadoras e eficazes na odontologia para pessoas que sofrem de perda óssea severa na maxila e que não conseguem fazer implantes dentários convencionais. Essa técnica tem sido amplamente utilizada em pacientes que perderam uma quantidade significativa de osso maxilar, tornando a fixação de implantes tradicionais inviável sem enxertos ósseos extensivos. O uso de implantes zigomáticos permite restaurar a função e a estética dentária de forma rápida, minimizando o desconforto e o tempo de recuperação.
O que são implantes zigomáticos?
Implantes zigomáticos são pinos de titânio, semelhantes aos implantes dentários convencionais, porém mais longos. Eles são projetados para se fixar no osso zigomático em vez de serem inseridos no osso maxilar. Essa abordagem é indicada principalmente para pacientes que perderam uma quantidade substancial de osso na maxila, condição geralmente associada ao uso prolongado de próteses removíveis ou perda óssea decorrente de doenças periodontais avançadas.
Devido ao comprimento maior do implante, ele é inserido no osso zigomático, que possui uma densidade e espessura óssea consideráveis, oferecendo uma base estável para a fixação de dentes artificiais. Esse procedimento possibilita que pessoas que antes não tinham opções de reabilitação dentária possam receber um novo conjunto de dentes, devolvendo-lhes a capacidade de mastigar, sorrir e falar com confiança.
Indicações para o uso de implantes zigomáticos
Os implantes zigomáticos são geralmente recomendados em casos de perda óssea severa na maxila. São indicados para pacientes que apresentam:
1. Atrofia severa do osso maxilar: A perda óssea severa ocorre em alguns pacientes devido a múltiplas extrações dentárias ou perda de dentes ao longo de muitos anos. Em casos de atrofia óssea avançada, os implantes convencionais não possuem estrutura óssea suficiente para serem fixados.
2. Contraindicação para enxerto ósseo: Pacientes que não são elegíveis para enxerto ósseo devido a questões de saúde ou limitações financeiras podem se beneficiar dos implantes zigomáticos, uma vez que esse procedimento dispensa a necessidade de enxertos ósseos.
3. Falha de implantes anteriores: Alguns pacientes podem ter tentado implantes convencionais, mas esses não ofereceram a estabilidade necessária devido à baixa densidade óssea. Nesses casos, os implantes zigomáticos podem ser uma solução eficaz e de longo prazo.
4. Tratamento imediato: Para pessoas que desejam uma reabilitação rápida e funcional, os implantes zigomáticos possibilitam uma abordagem de “carga imediata,” onde os dentes provisórios podem ser fixados logo após o procedimento cirúrgico.
Vantagens dos implantes zigomáticos
1. Alternativa ao enxerto ósseo: Uma das maiores vantagens dos implantes zigomáticos é a eliminação da necessidade de enxertos ósseos, que demandam tempo de recuperação e são, muitas vezes, desconfortáveis para os pacientes. Essa característica permite que o paciente tenha uma recuperação mais rápida e menos traumática.
2. Carga imediata: Em muitos casos, o paciente pode sair da cirurgia com uma prótese provisória fixa, o que reduz o tempo de espera para o uso dos dentes definitivos. Esse benefício permite uma reabilitação quase imediata, proporcionando estética e função rapidamente.
3. Alta taxa de sucesso: Estudos indicam que a taxa de sucesso dos implantes zigomáticos é elevada, alcançando cerca de 95% ou mais em muitos casos, mesmo após anos do procedimento. Esse sucesso é devido à alta estabilidade proporcionada pela fixação no osso zigomático, que é mais resistente à reabsorção.
4. Redução do tempo de tratamento: Como não há necessidade de enxerto ósseo, o tempo total de tratamento é significativamente reduzido. Pacientes podem ter sua condição bucal restaurada em um período de tempo bem menor do que o exigido por procedimentos convencionais.
5. Melhoria na qualidade de vida: Além das vantagens estéticas, os implantes zigomáticos permitem que o paciente mastigue e fale normalmente, o que é essencial para o bem-estar psicológico e físico. Um sorriso bonito e funcional restaura a confiança e melhora a qualidade de vida do paciente.
Procedimento cirúrgico: como é feito o implante zigomático?
O procedimento para colocação dos implantes zigomáticos requer uma avaliação detalhada da condição óssea do paciente, geralmente por meio de exames de tomografia computadorizada. O cirurgião-dentista ou implantodontista, após estudar a anatomia da região, define a posição exata onde os implantes serão fixados.
Durante a cirurgia, que pode ser realizada sob anestesia local com sedação ou anestesia geral, o profissional faz uma incisão na gengiva para acessar o osso maxilar e o osso zigomático. Os implantes são inseridos em um ângulo que permita a fixação segura no osso zigomático, garantindo a estabilidade necessária para suportar as próteses dentárias. Após o procedimento, os dentes provisórios podem ser fixados imediatamente ou no período de uma semana, dependendo do plano de tratamento.
Cuidados pós-operatórios e recuperação
A recuperação após o procedimento de implantes zigomáticos é geralmente mais rápida do que em cirurgias que envolvem enxertos ósseos, mas ainda exige cuidados específicos. Os cuidados pós-operatórios incluem:
1. Higiene bucal adequada: O paciente deve manter uma rotina rigorosa de higiene oral, incluindo o uso de enxaguantes bucais indicados pelo dentista, para evitar infecções e garantir a cicatrização adequada da região.
2. Alimentação controlada: Nos primeiros dias, recomenda-se uma dieta líquida e fria, passando para alimentos pastosos e depois sólidos conforme a recuperação avança. Isso evita a sobrecarga nos implantes e contribui para uma cicatrização mais rápida.
3. Evitar esforços físicos: O repouso é essencial nos primeiros dias para minimizar o risco de sangramento e promover uma cicatrização eficaz.
4. Acompanhamento profissional: O acompanhamento regular com o dentista é fundamental para garantir que a cicatrização esteja ocorrendo conforme o esperado e para realizar ajustes na prótese, caso necessário.
Possíveis riscos e complicações
Embora os implantes zigomáticos apresentem alta taxa de sucesso, como qualquer procedimento cirúrgico, podem haver complicações. As complicações mais comuns incluem:
1. Infecção: Existe o risco de infecção na área do implante. A higienização rigorosa e o acompanhamento profissional são essenciais para minimizar essa possibilidade.
2. Sinusite: Em casos raros, o implante zigomático pode causar irritação no seio maxilar, levando a quadros de sinusite. O planejamento cuidadoso e a experiência do profissional são essenciais para evitar essa complicação.
3. Sensação de formigamento ou dormência: Em alguns casos, o paciente pode sentir uma sensação de dormência na região da bochecha. Isso ocorre devido à proximidade do implante com o nervo infraorbital. Na maioria dos casos, essa sensação é temporária.
Conclusão
Os implantes zigomáticos representam uma alternativa segura, eficiente e inovadora para pessoas que sofreram uma perda óssea severa e não podem realizar implantes convencionais. Ao proporcionar uma solução rápida e duradoura, esses implantes devolvem a funcionalidade e a estética do sorriso, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Além de eliminar a necessidade de enxertos ósseos, os implantes zigomáticos permitem a carga imediata, facilitando a reabilitação de pessoas que necessitam de uma solução rápida para a perda dentária.
Com uma técnica bem estabelecida e uma alta taxa de sucesso, os implantes zigomáticos estão se tornando uma solução padrão na reabilitação de pacientes com atrofia maxilar avançada. Este tipo de procedimento requer um diagnóstico detalhado e deve ser realizado por um profissional qualificado, pois a complexidade e o sucesso da técnica dependem diretamente da experiência do cirurgião. Contudo, para os pacientes elegíveis, o impacto positivo na qualidade de vida é imensurável.
Bibliografia
– http://hdl.handle.net/1843/BUOS-952LXY
– https://doi.org/10.5335/rfo.v25i1.9332
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