distribuição por gênero na odontologia
Por Anderson Fedel Marques
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) executa anualmente o Censo da Educação Superior. Este estudo compila dados de instituições de educação superior e seus estudantes em todo o Brasil. Considerando a coleta detalhada de dados individuais de todos os estudantes em nível nacional, o estudo é valioso para acompanhar o perfil dos alunos em vários cursos de graduação. Um aspecto interessante que pode ser analisado é a representação de gênero em um determinado curso superior. É de conhecimento comum que a Odontologia tem uma predominância marcante do sexo feminino, mas qual é a proporção exata da divisão entre os gêneros.
dados
Neste artigo, analisaremos dados coletados pelo Censo ao longo de uma década, observando possíveis mudanças na distribuição de gênero entre aqueles que começam e aqueles que concluem um curso de Odontologia no país. Ao final, traremos também dados do Conselho Federal de Odontologia sobre as especialidades com a maior e menor representação de pessoas do sexo feminino. Vamos lá?
Neste primeiro gráfico, observamos a evolução na proporção de pessoas do sexo feminino que concluíram a faculdade de Odontologia entre os anos de 2012 e 2021. Nesses 10 anos é possível notar um aumento na proporção de mulheres concluintes. Alguma estabilização parece ocorrer por volta de 2019, onde uma proporção de aproximadamente ¾ do total de pessoas parece se estabelecer. Mais informações dos anos subsequentes seriam necessárias para comprovar ou não essa tendência de estabilização.
A segunda visualização mostra uma proporção com os números absolutos, dessa vez, abordando todas as pessoas que ingressaram em cursos de Odontologia. A distribuição parece ser bastante similar à do gráfico anterior, com estabilização aparente em torno de 2015. Considerando que a duração média do curso de Odontologia é de aproximadamente 5 anos, faz sentido observar que as tendências entre os ingressantes seriam refletidas posteriormente entre os formandos. Um gráfico que mostra todos os números absolutos pode revelar outros padrões interessantes. Veremos isso a seguir. Neste gráfico, podemos examinar a evolução dos quatro grupos ao longo do período estudado. Vale salientar que a quantidade de pessoas concluintes é, naturalmente, menor que a de ingressantes, isso pode ser explicado principalmente pela abertura de novos cursos durante esse período. A diferença nos números não deve ser interpretada como indicativo de estudantes que desistiram do curso. Um fenômeno intrigante é a tendência observada nas curvas de 2019 a 2021. Entre 2019 e 2020, os números parecem se estabilizar, enquanto de 2020 a 2021, observa-se um crescimento acentuado em todos os indicadores. É provável que essas variações estejam associadas à pandemia de COVID-19 e aos consequentes lockdowns, que alteraram o calendário acadêmico de ingresso e conclusão de cursos em todo o país. Por fim, analisamos como a distribuição de gênero se apresenta em duas especialidades da Odontologia: aquela com a maior proporção de mulheres e a que possui a menor. Os dados em análise agora provêm do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que detalha a distribuição de gênero em todas as especialidades registradas no Brasil. A Odontopediatria é a especialidade com a maior porcentagem de mulheres, constituindo aproximadamente 90% de sua composição. Por outro lado, a Odontologia do Esporte é a que apresenta a maior proporção de homens, um pouco acima dos 80%. Convém salientar que essa última é também a especialidade com o menor número de profissionais no país, totalizando apenas 39 pessoas. A especialidade com segunda maior proporção de pessoas so sexo masculino é Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Faciais, com aproximadamente 74%.
Considerações finais
Os dados aqui apresentados mantêm as categorias e nomenclaturas empregadas nos estudos originais. Tanto no Censo da Educação Superior quanto na base de dados do CFO, as categorias demográficas disponíveis se restringem a “sexo feminino” e “sexo masculino”, sem a inclusão de outras possíveis categorias de identificação de gênero. Este tipo de análise pode ser útil para observar as tendências gerais no campo da Odontologia e fornecer uma perspectiva sobre a representação de gênero ao longo da última década. Informações assim podem ser valiosas, por exemplo, na criação de uma persona para uma estratégia de marketing. É claro, uma série de outros fatores devem ser considerados e essas informações não devem ser usadas como único guia na tomada de decisões.
Referências
- https://odontodados.com/odontologia-por-genero-brasil
- https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-da-educacao-superior
- https://website.cfo.org.br/
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